DEEP Project Training.
Module: Noções básicas de Empreendedorismo Digital para a Competitividade Empresarial
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Unit 1: TIC e soluções digitais para a competitividade nas empresas
Culturas organizacionais orientadas para a gestão da informaçãoClick to read
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Em culturas organizacionais orientadas para a gestão da informação, os dados são tão importantes e cruciais como qualquer outro recurso financeiro, económico e tangível detido pela empresa. Neste contexto, os profissionais responsáveis pela gestão da informação são peças fundamentais para orientar as organizações nos seus processos de digitalização. Uma cultura organizacional assente numa gestão efetiva dos dados e da informação de que dispõe é sinónimo de rentabilidade. Esta visão requer, por parte das empresas, uma aposta em formação contínua. A ciência de dados (data science) é um campo de trabalho que, inicialmente, apenas utilizado no âmbito da investigação em ciências aplicadas, como a matemática, a biologia e a física. Essas metodologias estenderam-se também às ciências sociais. Em contexto empresarial, os dados assumem um papel fundamental na tomada de decisão em diferentes frentes estratégicas.
Vendas e publicidade: Os dados permitem aos profissionais de marketing avaliar informação relevante sobre os clientes, como a fidelização, o volume de negócios, a demografia, hábitos de compra, perceção da marca, etc. Este tipo de informação permite implementar estratégias de comunicação de forma mais direcionada. Concorrência: Os dados permitem às empresas analisar e compreender as tendências de mercado que possam ter impacto na sua sustentabilidade económica e financeira. Estar em posição de conhecer algo que outros ignoram é uma das vantagens competitivas mais preciosas para qualquer organização. Benchmarking: Quando são outras empresas que estão em clara vantagem competitiva dentro do que são as dinâmicas de mercado, é necessário fazer um exercício de avaliação comparativa de produtos, serviços e práticas empresariais. A partir desse estudo, é mais fácil entender a concorrência e até definir qual será o próximo passo. Na condução deste exercício, o foco tem de estar na gestão otimizada da informação. Modelos preditivos: Quando uma empresa tem à sua disposição conjuntos de dados e informações de mercado muito sólidos, pode desenvolver modelos preditivos. Estes modelos são cenários futuros plausíveis, através dos quais uma empresa pode orientar os seus objetivos, planos e estratégias. Elaborar modelos preditivos exige muito tempo. Por essa razão, costumam ser subcontratados especialistas externos, com conhecimentos e experiência em estatística e análise de dados, para os conceber.
Branding em ambientes digitaisClick to read
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Nos estudos de marketing, branding é definido como uma prática destinada a valorizar uma marca e a criar ligações entre um produto, serviço ou imagem de uma empresa e o seu público-alvo. As estratégias de branding permitem às empresas e às organizações diferenciar a sua oferta da dos seus concorrentes e direcionarem-se para um sector ou nicho específico, previamente identificado, dentro dos mercados de interesse. Source: The Brand Resonance Model (K.L. Keller) Um analista de marketing trabalha em estreita colaboração com especialistas de produto e com o departamento de relações públicas. Este conhecimento partilhado contribui para a definição de uma estratégia de comunicação detalhada, com o objetivo de melhorar e valorizar a perceção pública da empresa e da sua oferta. O branding digital refere-se à transposição dos conceitos e instrumentos tradicionais do marketing para ambientes digitais. Com o florescimento dos ambientes digitais, aumentaram também as oportunidades de branding. Através do digital, as marcas circulam e ganham visibilidade direta e indiretamente.
Branding direto: consiste nos esforços globais realizados pelas empresas para promover os seus valores empresariais através publicações online, gestão de comunidades online, etc. Na grande maioria dos casos, estes esforços têm como objetivo apresentar uma imagem de confiança de uma determinada organização, empresa, produto ou serviço.
Branding indireto: refere-se à perceção que determinado público tem sobre uma marca, o que depende de como o público recebeu a mensagem da marca. Esta esfera foge ao controlo das empresas e das organizações. Em termos práticos, é possível perceber as opiniões de clientes sobre uma determinada marca, serviço ou produto através dos comentários em fóruns online ou nas redes sociais, por exemplo. Nestes casos, as empresas e as organizações não têm qualquer controlo sobre os conteúdos produzidos, que podem afetar diretamente a imagem da marca, produto ou serviço que prestam. Através do branding direto as empresas são capazes de mediar a comunicação, enquanto nos contextos associados ao branding indireto não têm qualquer controlo sobre o que se comunica acerca da marca. Este princípio pode gerar dois efeitos opostos:
Quanto aos possíveis efeitos negativos do branding indireto, o que pode começar como apenas alguns comentários desfavoráveis pode rapidamente se transformar numa crise de imagem pública para uma empresa, serviço ou produto. Perante esta situação, o departamento de relações públicas é chamado a intervir para delinear um plano de resiliência com o objetivo de restabelecer a imagem (status quo) da marca, serviço ou produto.
Soluções sistémicas e de diagnóstico para empreendedores digitaisClick to read
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Com o estabelecimento das economias e mercados digitais, os estudos de gestão estratégica mantiveram a sua relevância teórica e operativa. Estas ferramentas são recursos essenciais para uma gestão e planeamento empresarial eficaz, facilitador de processos. De seguida, apresentamos algumas dessas ferramentas.
Matriz Ansoff
Esta matriz descreve as diferentes estratégias de crescimento de uma empresa, dependendo das variáveis de mercado e de produto ou serviço. Se uma empresa estiver a desenvolver um novo produto ou serviço que explore as oportunidades dentro de mercados novos, as estratégias emergentes passarão por modelos de diversificação. Se a empresa estiver a desenvolver um novo produto ou serviço com base em necessidades já conhecidas, a estratégia consequente é um desenvolvimento de produtos ou serviços.
Análise TOWS
TOWS Analysis is a further extension of the SWOT Analysis: While the latter identifies strengths, weaknesses, opportunities and threats; through TOWS analysis the user correlates each variable to the others and develops a potential strategy and action plan for each case scenario (i.e. what might happen if we combine our strengths with market opportunities?)
Modelo de cadeia de valor
Este modelo define a empresa como uma estrutura de processos e funções sistémicas. Estas atividades são agrupadas em atividades primárias ̶ que contribuem diretamente para a produção de produtos e serviços ̶ e atividades de apoio. A maneira como as atividades desta cadeia são realizadas determina os custos e afeta os lucros.
Matriz de crescimento e partilha
Estrela: mercados em expansão com margens de lucro muito elevadas, que merecem empenho financeiro e a plena exploração de qualquer oportunidade existente. Vaca leiteira: empresas em mercados saturados, que servem para gerar fluxo de caixa para reinvestir em “estrelas”. Moribundo: mercados em declínio, que devem ser abandonados o mais rapidamente possível. Interrogação: empresas em crescimento rápido, mas não totalmente definidas; dependendo de fatores contextuais, têm potencial para serem uma “estrela”.
Estudos de caso: histórias inspiradorasClick to read
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La Bottega del Calzolano A marca voltou a ganhar notoriedade quando, no inicio da década de 2010, dois bisnetos do fundador decidiramcriar uma loja no e-Bay ̶ a primeira experiência de digitalização deste negócio centenário. Em apenas três anos, aumentaram as receitas em 400%. Impulsionada por este sucesso, a marca lançou o seu primeiro website em 2016, o que, nas palavras de um dos donos, foi “resposta intuitiva para acompanhar os novos tempos”. Desde então, esta marca tem construído reputação internacional. www.labottegadelcalzolaio.it/it/
Traveller Collective Esta empresa é um bom exemplo de como as redes sociais podem ajudar para aumentar a visibilidade de uma marca ou produto. A empresa utiliza a sua conta no Instagram para se relacionar com os seus clientes, publicando vídeos e imagens. Esta estratégia tem permitido fidelizar e aumentar a sua comunidade de seguidores-clientes. Esta estratégia de marketing indireto tem permitindo, também, à empresa reduzir os custos de comunicação e promoção. www.instagram.com/travellercollective/?hl=en
Dollar Shave Club Tudo começou com o anúncio “Our blades are f***ing great”, carregado no YouTube em março de 2012. A produção custou menos de 5 mil dólares e demorou apenas um dia a filmar, mas a extravagância do tom e a abordagem satírica da comunicação comercial "tradicional" foi um sucesso. O vídeo tornou-se viral, foi tema de notícias e discussão e trouxe à DSC a atenção de mais de 25 Milhões de espectadores. www.youtube.com/watch?v=ZUG9qYTJMsI
Unit 2: Tendências tecnológicas inovadoras para as empresas
Indústria 4.0Click to read
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Refere-se à automatização do processo de produção graças à exploração intensa de maquinaria sofisticada. As prioridades da indústria 4.0 centram-se nas quatro dimensões apresentadas de seguida.
A interação Homem-máquina que está no centro do paradigma da Indústria 4.0 é valorizada através dos seguintes recursos:
Tudo isto permite às empresas e empresários sustentarem os seus percursos de competitividade, aproveitando oportunidades inteligentes e inclusivas.
O estabelecimento de um "ambiente 4.0" requer o desenvolvimento e a implementação de uma série de tecnologias. A taxionomia de tais tecnologias é muito vasta e heterogénea, de entre quais se destacam as mais recorrentes:
1. Internet das coisas e redes inteligentes;
Redes de apoio a empreendedores digitaisClick to read
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A digitalização das empresas pode ser um processo longo, com implicações sérias e irreversíveis tanto do ponto de vista estrutural como cultural. Vários atores socioeconómicos intervêm no apoio a organizações e empresários ao longo deste processo, desenvolvendo e implementando as melhores soluções à medida das empresas.
Políticas para a tecnologia e a inovaçãoClick to read
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Todos os países da União Europeia (EU) estão atualmente empenhados, ao nível nacional, no cumprimento de várias prioridades nos domínios da competitividade empresarial, economia digital, inovação e empreendedorismo. Cada país da UE incluiu o conteúdo e os objetivos da Agenda Digital para a Europa no seu próprio quadro político, através do desenvolvimento e implementação de estratégias nacionais para fomentar a sensibilização dos cidadãos para as TI. Uma parte muito relevante de tais iniciativas é dedicada à capacitação digital das Pequenas e Médias Empresas (PME). Este tipo de fundos financeiros, concursos e benefícios fiscais servem para incentivar a adoção do paradigma digital entre os novos empreendedores e os empresários que ainda usam modelos tradicionais de negócio.
Unit 3: Oportunidades de financiamento da União Europeia
Visão geralClick to read
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De acordo com o Guia para o financiamento da UE, publicado pela Comissão Europeia, existem os seguintes tipos de oportunidades de financiamento:
Subvenções "Uma subvenção é o financiamento de projetos que contribuem para as políticas da UE. As subvenções podem ser concedidas em diferentes domínios, desde a investigação ou educação até à ajuda humanitária. As subvenções são concedidas a organizações privadas e públicas e, excecionalmente, a indivíduos. As subvenções são uma forma de financiamento complementar. A UE normalmente não financia projetos a 100%. Por outras palavras, o projeto é cofinanciado pela organização beneficiária [...]. As subvenções são atribuídas, principalmente, através de convites à apresentação de propostas. A Comissão Europeia utiliza os convites à apresentação de propostas para anunciar oportunidades de financiamento e explicar como candidatar-se às mesmas." Empréstimos, garantias e capital próprio "A UE fornece empréstimos, garantias e capital próprio como formas de assistência, em relação à política e programas da UE. O financiamento é feito através de instituições financeiras locais. Estas instituições ̶ bancos, sociedades de garantia ou investidores em ações ̶ determinam as condições exatas de financiamento: o montante, a duração, as taxas de juro e as comissões. Por exemplo, a UE concede empréstimos aos beneficiários para investimento em investigação e inovação. Ou fornece garantias aos beneficiários para que estes possam obter empréstimos mais facilmente ou em melhores condições junto de bancos e outras instituições de crédito. A UE também pode participar financeiramente num projeto, sendo proprietária de partes do mesmo." Subsídios Os subsídios e outros tipos de financiamento são geridos diretamente pelos governos nacionais da UE, não pela Comissão Europeia. Por exemplo, os subsídios agrícolas são concedidos para apoiar os agricultores. Prémios Contratos públicos "Os contratos públicos não fazem parte do financiamento. Em vez disso, a Comissão Europeia compra serviços, obras ou bens público para uso interno. Alguns exemplos de contratos públicos são: realização de estudos, prestação de assistência técnica, formação, organização de conferências e consultoria. Os prestadores de serviços de contratos públicos são selecionados através de concursos públicos lançados pelos serviços, gabinetes e agências da Comissão na Europa." A diferença existente entre subvenções, concursos e qualquer outra oportunidade de financiamento reside no facto de que, enquanto estes estão diretamente disponíveis através da Comissão Europeia, os empréstimos e garantias (oportunidades de financiamento para a agricultura regional e políticas marítimas, etc.) são geridos a nível nacional. Programas de apoio da União EuropeiaClick to read
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O guia de financiamento da UE fornecido pelo Serviço de Investigação Parlamentar Europeu inclui todos os principais programas de financiamento da UE. Existem programas que estão mais alinhados com o perfil das Organizações Não Governamentais e os cenários operacionais típicos; enquanto outros estão mais orientados para PME, como, por exemplo, o Horizonte 2020 e o COSME. Guia para o financiamento da EU
Programa de financiamento da UE para a investigação e inovação, em vigor entre 2014 e 2020, com um orçamento de 80 mil milhões de euros. O programa Horizonte 2020 apoia as PME com o propósito de melhorar a investigação internacional da UE. Atribui grande importância às ciências sociais e humanas e à dimensão das questões de género nos projetos. Este programa continua, com a designação Horizonte Europa, no período 2021-2027, e tem como objetivos orientadores a recuperação económica causada pela pandemia COVID-19 e tornar a UE mais resiliente.
Programa da UE para a competitividade empresarial, que visa facilitar o acesso das PME a fontes de financiamento em todas as fases do seu ciclo de vida ̶ criação, expansão ou transferência de empresas. Graças a este fundo, as empresas têm um acesso mais fácil a garantias, empréstimos e capital próprio.
Programas de apoio da União Europeia
Candidaturas a concursosClick to read
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Existem cerca de 40 concurso abertos, organizados por departamentos: Os empresários podem monitorizar as oportunidades de negócio resultantes de concursos da UE através da Plataforma TED (Tenders Electronic Daily). A consulta do website é completamente gratuita, e todos os dias a TED é atualizada com milhares de concursos da UE e do Espaço Económico Europeu que podem ser filtrados por país, região e sector empresarial.
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BibliographyClick to read
Meldrum M., McDonald M. (1995) The Ansoff Matrix. In: Key Marketing Concepts. Palgrave, London Kulshrestha S., Puri P. (2017) Tows Analysis for Strategic Choice of Business Opportunity and Sustainable Growth of Small Businesses; Pacific Business Review International Volume 10 Issue 5 Yun, Jinhyo (2017). Editorial Open Innovation in Value Chain for Sustainability of firms. Sustainability. 9. 811 WEB SOURCES Boston Consulting Group - What Is the Growth Share Matrix?  https://philmusconsulting.com/2017/02/13/expanding-the-bcg-matrix/  Industry 4.0: state of the art and future trends Opportunities of sustainable manufacturing in industry 4.0 Industry 4.0 concept: background and overview A complex view of industry 4.0 Industry 4.0: the industrial internet of things Industry 4.0: managing the digital transformation The expected contribution of Industry 4.0 technologies for industrial performance A guide to EU funding, EU Commission, 2017 (latest version available) Guide to EU Funding 2014 – 2020, EPRS |
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